Serviço Social e Saúde Mental. Parte 2


 Segue a continuidade do texto Serviço Social e Saúde Mental extraído do livro do professor da ESS/UFRJ José Augusto Bisnetto. Para quem não acompanhou a primeira parte CLIQUE AQUI.

Raramente o Serviço Social intervém em problemas sociais do usuário quando estes  não apresentam relações diretas com o tratamento psiquiátrico ou com reabilitação psicossocial. Em nossa pesquisa constatamos que o Serviço Social, quando possui os recursos necessários (tempo, verba, local etc.), contempla esses "outros problemas”, não por demanda do usuário ou das diretrizes de sua própria profissão. Afortunadamente, novos rumos da psiquiatria reformada apontam para a junção da assistência psiquiátrica com a assistência social.


Conseguimos identificar no Serviço Social em Saúde Mental  alguns objetos  de prática diferenciados. O assistente social intervém quando: 
1) Há uma potencialidade de ruptura do tratamento psiquiátrico por motivos sociais ou contextuais; 
2) Há uma potencialidade de ruptura em relação ao convívio social do portador de transtornos mentais que prejudique seu prognóstico; 
3) Há uma perda dos direitos básicos do usuários .

Na psiquiatria  tradicional, em especial, o objeto da prática do Serviço Social são as causas ou efeitos da ruptura da racionalidade do processo de trabalho dessas instituições psiquiátricas quando situados em nível social ou contextual. O Serviço Social  em Saúde Mental, não raro, tem dificuldades de reconhecer esse objeto , entre outras razões , por falta de análise institucional  do campo psiquiátrico e de deficiência  de articulação dos objetos do Serviço Social  e da Saúde Mental. Na loucura, a ameaça de ruptura com a racionalidade organizacional, institucional, institucional e social é permanente, exige uma atenção contínua do usuário. Por isso, na internação, o assistente social não age somente na entrada e saída  do usuário e sim ao longo de todo o tratamento (a não ser nas instituições) muito conservadoras, pouco democráticas,  não reformadas, em que o controle dos pacientes se dá por normas rígidas, por técnicos e funcionários que fazem o papel dos inspetores   disciplinadores e por medicação pesada, "instituição total” no conceito de Goffman.  .

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